Propiciar atividade ocupacional, terapêutica, recreativa e de lazer.
Na Inglaterra há os community gardens que transformam terrenos baldios de propriedade da Prefeitura e União – que viviam repletos de lixo e mato alto – em lindos jardins e hortas, mantidos pela comunidade.
O projeto atinge muitas objetivos ao mesmo tempo : flores e plantas criam um lindo espaço de lazer e contemplação para os moradores.
Os legumes e frutas cultivados são distribuídos pelos moradores-voluntários que participam do projeto; e o trabalho coletivo na construção desses jardins encoraja a formação de laços entre os moradores, fortalecendo a comunidade.
São mais de 100 jardins espalhados por áreas urbanas e rurais do Reino Unido. Os voluntários são de todas e idades e de diferentes backgrounds.
Alguns dos projetos são desenvolvidos para oferecer apoio especial a certos grupos. Por exemplo: em Avshire, na Escócia, um jardim foi criado para ajudar ex-combatentes que serviram nas Forças Armadas – o trabalho no jardim serve, até hoje, como terapia para combater transtorno de estresse pós-traumático.
Já em Londres, moradores e sem teto trabalham juntos no jardim batizado de Putting Down Roots (Criando Raízes) – frutas e legumes são vendidas e a renda é revertida para os sem-teto.
Para muitas crianças e jovens que participam desses projetos, a jardinagem é uma maneira de aprender a valorizar o cultivo da terra; já para idosos a jardinagem transforma-se num hobby bem bacana.
| O QUE É AGRICULTURA URBANA |
O cultivo de plantas de comer, plantas ornamentais e plantas medicinais nas cidades, na zona urbana, é considerado agricultura urbana. É diferente da agricultura rural, justamente por que ela está integrada no sistema econômico e ecológico urbano. Na urbanidade.
Agricultura urbana é a agricultura que é praticada no interior ou na periferia das cidades ou metrópoles, cultivando, produzindo, criando, processando e distribuindo uma diversidade de alimentos.
A agricultura urbana é realizada geralmente em pequenas áreas e destina-se sobretudo a uma produção para utilização e consumo próprio, para trocas, para a venda em pequena escala direto ao consumidor ou até em mercados locais.
Ela é praticada principalmente em quintais, em terraços ou pátios, ou ainda em hortas urbanas – espaços comunitários ou espaços públicos não urbanizados.
A agricultura urbana apoia-se melhor no manejo agroecológico, que inclui o uso de substratos e manejo orgânico do solo, técnicas de rotação e associações de cultivos e manejo fitossanitário alternativo ao convencionalmente utilizado na agricultura em grande escala, bem como na utilização de cada metro quadrado e cúbico disponível para maior produção o ano todo.
Na agricultura urbana em pequena escala, os tratos culturais são realizados em regime de administração familiar tanto em sistemas de parcelas individuais, como em explorações associativas, gera baixa dependência de insumos externos, facilita a adoção dessa forma de produção por esse tipo de agricultor urbano, que lembra muito um jardineiro ecológico.
Além disso, os sistemas agrícolas conduzidos por meio do manejo orgânico, com enfoque agroecológico, têm o compromisso de manter ou recuperar a biodiversidade dos agroecossistemas e do entorno, ao mesmo tempo em que possibilitam aumento de renda para a família, ao agregar valor aos produtos e ampliar o mercado, facilitando a comercialização.
” Montreal (em francês: Montréal) é a maior cidade da província canadense de Quebec, ela foi pioneira ao adotar, na década de 70, um Programa de Hortas Comunitárias em todos os bairros da cidade. O sistema alcançou uma grande capiliaridade urbana, se tornando uma referência mundial.
“O novo movimento de
jardinagem é jovem, colorido e socialmente heterogêneo”
MÜLLER, Christa
Variados modelos integram o sistema, como por exemplo jardins comestíveis, hortas, estufas e fazendas urbanas; sendo tanto comunitárias, institucionais ou mistas.
A atividade protagonizada pela sociedade é também apoiada pelo poder público, pelas universidades, empresas sociais e associações voltadas a pesquisa e inovação. Diversas organizações sem fins lucrativos, pioneiras na agricultura urbana sustentável e inovadora, contam com instalações educacionais ensinando aos voluntários e à comunidade a importância da agricultura urbana.
O programa municipal de hortas comunitárias começou exatamente em 1975. Existem hoje 97 hortas comunitárias . Desde 2002, com a adoção da Lei 170 sobre reorganização municipal, o gerenciamento do programa agora é assumido por cada um dos distritos.
Dezoito cidades fornecem aos cidadãos parcelas de terra para fins de jardinagem. Em alguns distritos, um animador de horticultura visita regularmente o jardim para dar conselhos aos jardineiros. Alguns distritos também oferecem jardins adaptados para pessoas com mobilidade reduzida.
Material fornecido: terra, ponto de água, barracão ou caixa de ferramentas, mesas, cercas, areia, tinta, flores, etc.Os participantes de cada horta comunitária elegem um comitê que oferece voluntariamente a horta.”
https://linktr.ee/demis_botanico
MÜLLER, Christa. Plante você mesmo. PISEAGRAMA, Belo Horizonte, número 09, página 112 – 119, 2016.
OLIVEIRA, Lya Cyntia Porto de. Redes, ideias e ação pública na agricultura urbana : São Paulo, Montreal e Toronto / Lya Cyntia Porto de Oliveira. São Paulo, 2017
http://porainainglaterra.blogspot.com/2014/04/jardins-comunitarios-na-inglaterra.html
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Demis Lima Biólogo/Botânico e Personal Gardener:
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